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Lagos Amarelos da Etiópia

Na sua região norte encontra-se o Deserto de Danakil, considerado “o inferno na Terra”. Trata-se de uma gigantesca planície situada na Depressão Afar, salpicada de formações de sal, enxofre e sulfetos (designação genérica aplicada aos sais do ácido sulfúrico e compostos de enxofre), cuja atividade vulcânica é uma das mais ativas de todo o planeta. Isto, unido às temperaturas muito elevadas que são comuns na região, mostra que este lugar não é próprio para ser habitado.

A descrição do Deserto de Danakil não é, realmente, nem um pouco convidativa. Alem do forte calor, vulcões fumegantes, areia movediça com ácido sulfúrico e lagos cheios de enxofre cujas águas fervem a 90°C. Mas apesar desse ambiente nada agradável, é lá que são encontrados os afares, da tribo Afar, povo nômade que vagueia pela região em busca de pastagens para suas vacas, cabras e ovelhas. E também de sal, que trocam pelo que precisam nos povoados mais próximos. Espalhados por todo aquele território árido, eles moram em tendas feitas com varas de madeira cobertas por tapetes, dormindo em camas também feitas com tapetes.

Essas tendas são facilmente desmontáveis porque os afares não têm moradia fixa. Eles mudam constantemente o lugar de seus acampamentos, buscando sempre áreas com pasto suficiente para seus animais. Os homens e mulheres desse povo mantêm estreita relação com o meio ambiente local e com a vida selvagem característica da região, partilhando a terra e os recursos nela existentes com a fauna nativa do lugar, evitando lhe fazer mal.

Este comportamento teria sido responsável pela preservação de determinas espécies ameaçadas de extinção, como acontece, por exemplo, com o burro selvagem africano (Equus africanus), que já desapareceu em ecossistemas onde não existia essa preocupação.

Nesse fim de mundo fica a cratera vulcânica Dallol. Um dos lugares mais remotos que se conhece, ele detém atualmente o recorde da temperatura média mais alta para uma posição habitada na Terra: nada menos que 34°C (94°F), medida durante o período compreendido entre os anos de 1960 e 1966. Para compensar, a paisagem que oferece aos poucos visitantes dispostos a conhecê-lo de perto, é inesquecível: montanhas de sal e enxofre, gêiseres de gases venenosos, pequenas piscinas de ácidos, fontes ardentes com uma gama de cores brilhantes que vão do laranja ao verde, passando pelo branco e amarelo vivo, devido ao enxofre e outros minerais.

Estas formações de minerais que saem das entranhas da Terra criam um panorama que parece de outro planeta. Cientistas e geólogos acham que por causa do aquecimento global o mundo pode ficar muito parecido com o inferno da Etiópia e por isso estudam a existência e como homens e animais vivem nessa situação.

A Depressão de Afar é a região do Corno de África onde as placas duas placas tectônicascas – africana e arábica – estão se separando. Nesta região encontra-se o ponto mais baixo de África, o lago Assal, com uma profundidade máxima de 155 m abaixo do nível do mar. O Triângulo é dividido entre a Eritreia, a Etiópia e o Djibouti e, para além de ser uma zona vulcanicamente activa, é mais conhecido pelos achados de restos de hominídeos fósseis, entre os quais a Lucy, um espécime de Australopithecus afarensis.

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