Mudanças na Natureza Para 2017
Corremos sério risco de que o “La Niña”, fenômeno que esfria as águas do Pacífico, seja o evento mais significativo e contundente de 2017 no setor meio ambiente. Com Donald Trump, auto intitulado cético do clima, na presidência dos Estados Unidos, pouca coisa se pode esperar em termos de resoluções e pactos. E sim, é possível que ele retire seu país do Acordo de Paris conseguido a duras penas no fim do ano passado, o que vai jogar água fria na fervura da esperança de quem já estava acreditando numa nova ordem mundial com base em menos produção e consumo para baixar as emissões e diminuir os impactos ao meio ambiente.
A próxima Conferência das Partes (COP) vai acontecer em Fiji, uma nação-ilha do Pacífico que está na lista dos pequenos países que podem desaparecer do mapa com o degelo das calotas polares e, consequentemente, o aumento dos oceanos.
O jornal britânico “The Guardian” de ontem trouxe uma reportagem que tem esse tom. Para início de conversa, apesar de tantas reflexões nos encontros de líderes, há questões políticas e econômicas que sempre terão mais peso na hora de escolher entre preservar ou causar impacto em nome do desenvolvimento. 2017, por exemplo, vai ser o ano em que a perfuração do solo para obter gás de xisto – o chamado fracking – vai começar, para valer, na Inglaterra. Já há manifestantes na rua para denunciar o tremendo risco que essa atividade pode causar, como a poluição dos lençóis aquíferos. Apenas 17% dos britânicos estão a favor do fracking, mas quem liga? Outro problema na capital londrina tem sido a poluição do ar, que tem matado – isso mesmo, matado – 40 a 50 mil pessoas por ano. Para acabar com isso, é preciso haver restrições para uso de combustíveis fósseis. Mas, quem se dispõe a isso, de fato? No mundo, haverá mais e mais perdas de animais selvagens. Candidatos a extinção total neste ano: orangotango de Bornean, o tigre de China sul, a lontra gigante, o leopardo de Amur, o furão black-footed ea raposa de Darwin. Já se tem coisas demais que nos causam preocupações diárias, vamos focar nisso? Nos Estados Unidos, muitos cientistas que dedicam parte de suas vidas a fazer pesquisas sobre alterações climáticas estão preocupados porque, com Trump no poder, menos subsídios terão. Ademais, esperam uma espécie de “caça às bruxas” em seus centros de estudo.
Aqui no Brasil, continuaremos com a luta para o fim do desmatamento e por mais consciência do setor agropecuário que anda devastando as florestas. Depois de anos em queda, segundo um artigo do pesquisador Sênior do Imazon e mestre em Ciências Florestais pela Universidade Yale (EUA), Paulo Barreto, e de chegar a seu mínimo em 2012 de 4.571 km2, o desmatamento voltou a subir nos últimos três anos para um patamar acima de 5 mil km2. Entre 2014 e 2015, cresceu de 5.012 para 6.207, ou 24%.
Seguimos assim, entre as catástrofes ambientais e a irresponsabilidade de muitos, mesmo com alguns alertas importantes. Como exemplo de alerta, o último relatório do Banco Mundial que comprova a ligação inerente entre pobreza e mudanças climáticas e diz que se continuarmos agindo sem os cuidados necessários na hora de produzir e consumir, cem milhões de pessoas estarão na extrema pobreza em 2030 por causa das secas, tormentas, falta de biodiversidade. É uma escolha.
fonte http://g1.globo.com/natureza/blog/nova-etica-social/post/agenda-de-2017-para-o-meio-ambiente.html
fonte http://diariodetangara.blogspot.com.br/2011/03/o-planeta-terra-esta-doente.html